Todos temos uma praia secreta...ou segredos vividos numa praia


Duas amigas de infância, uma praia secreta e uma amizade posta à prova numa história profundamente comovente. Definimos assim, numa única frase, o romance bestseller do New York Times A Praia da Memória.

1987

«Clare e Lexi descobriram a praia quando tinham dez anos. Escondida e a poucos passos de uma estrada rural, era um crescente de areia na extremidade da enseada do porto, tão escondida por um emaranhado de erva da praia, caniços e roseiras-bravas que ninguém a descobriria, a não ser que se tratasse de jovens, flexíveis e pequenas, rastejando coladas ao solo, fingindo ser batedores índios Wampanoag.

(...)

Encontravam-se na praia quase todos os dias, vindas de casa nas suas bicicletas e escondendo-se atrás das árvores. Andavam de fato de banho, havaianas, e t-shirts, com a pele a ficar castanha e os narizes sempre vermelhos do sol. Durante o ano escolar, encontravam-se na praia dos búzios, a que chamavam conchas-lua, ao final da tarde ou ao fim-de-semana de manhã, para contarem uma à outra os seus assuntos importantes.

(...)

- Esta é a nossa praia e não vamos trazer para cá um tipo qualquer...
- ...porque, sabes - troçou Lexi -, borrachos como somos, vamos andar com tantos tipos!
Clare continuou com uma expressão solene.
- Por isso, eu juro que não trarei qualquer homem aqui a não ser que ele seja o homem com quem me vou casar.
Lexi acalmou.
- Eu também juro.
As duas raparigas enfiaram as mãos nas águas transparentes do porto de Nantucket e depois, com as palmas molhadas, deram um aperto de mão solene.
Lexi voltou a soltar uma risadinha.
- Clare. Tu disseste homem.
Olharam uma para a outra espantadas, assustadas e ansiosas.»

Será que as juras foram cumpridas? Ou será que a felicidade e a união que outrora Lexi e Clare haviam partilhado na praia das Conchas-Lua foram tão fugazes como o tempo e as marés...?

Fazer as malas e partir

Entre calças, calções e vestidos, sapatilhas, sapatos e chinelos, t-shirts e tops, biquínis e pareos, são muitas as dúvidas no momento de fazer a mala para a aguardada viagem. Coisas de mulheres. Geralmente, entre o querer e não ter e o levar, as mulheres optam quase sempre por levar tudo atrás. E não raras vezes tornam-se escravas da sua própria bagagem...


Aqui ficam, então, algumas dicas:

1. Seja prática, pense no destino para onde vai, quanto tempo vai ficar e em que género de actividades vai participar. O mesmo vestido pode perfeitamente ser conjugado com chinelos de praia (durante o dia) e com umas sandálias de saltos altos (para uma saída à noite, por exemplo).
2. Opte sempre por roupa leve e fresca e se possível que não se amarrote facilmente.
3. Junte toda a documentação pessoal, cartões de crédito e outros objectos igualmente importantes numa única bolsinha. E nunca a perca de vista.
4. Lembre-se que podem ocorrer pequenos imprevistos. Leve alguns medicamentos e não se esqueça do protector solar, do after-sun e do repelente de insectos. Mais vale prevenir...
5. Não vá carregada com mapas e guias, a menos que se trate de uma viagem citadina, já que são pesados e a maior parte das vezes as excursões têm um guia a acompanhar-vos.
6. Não se esqueça do pijama e nem da roupa interior.
7. E lembre-se, sozinha ou acompanhada, entre amigos ou em família, um livro é sempre uma boa companhia.
8. Boas férias e boas leituras!

Ninguém o Tinha Amado, Afinal


O pastor amoroso perdeu o cajado,
E as ovelhas tresmalharam-se pela encosta,
E de tanto pensar, nem tocou a flauta que trouxe para tocar.
Ninguém lhe apareceu ou desapareceu.
Nunca mais encontrou o cajado.
Outros, praguejando contra ele, recolheram-lhe as ovelhas.
Ninguém o tinha amado, afinal.
Quando se ergueu da encosta e da verdade falsa, viu tudo:
Os grandes vales cheios dos mesmos verdes de sempre,
As grandes montanhas longe, mais reais que qualquer sentimento,
A realidade toda, com o céu e o ar e os campos que existem,
estão presentes.
(E de novo o ar, que lhe faltara tanto tempo, lhe entrou fresco
nos pulmões)
E sentiu que de novo o ar lhe abria, mas com dor,
uma liberdade
no peito.

Alberto Caeiro, in "O Pastor Amoroso"
Heterónimo de Fernando Pessoa